Hotspot Biodiversidade Algoso

O Território.

Nordeste Transmontano

Nordeste Transmontano

Este território situa-se no Nordeste transmontano, região detentora de um notável património, habitada por comunidades rurais que viveram em harmonia com a natureza durante séculos. A paisagem heterogénea e humanizada é ocupada por um mosaico agro-silvo-pastoril, composto por culturas de cereal, amendoal, olival e soutos, intercalados com bosques de fagáceas, como sejam as diversas espécies de carvalhos, sobreiros e azinheiras. Aqui, as actividades agrícolas e a biodiversidade selvagem potenciam-se e trocam evidentes benefícios. Neste equilíbrio sabiamente construído, a vida silvestre prospera e produtos gastronómicos de elevada qualidade são produzidos.
Nas zonas mais férteis encontram-se as hortas e os lameiros, pastos semi-naturais delimitados por linhas de freixos.

Numa terra com recursos tróficos tão abundantes, prosperam espécies emblemáticas que nunca aqui se extinguiram, como o lobo-ibérico ou o gato-bravo. Outras, como o corço e o veado, vão-se estabelecendo e recolonizando antigos territórios de forma natural. Os cursos de água – e concretamente os rios Angueira, Maçãs, Sabor e Douro – marcam signficativamente este território, com as suas fragas e margens alcantiladas, onde muitas aves rupícolas ameaçadas nidificam.

A área do Hotspot de Biodiversidade de Algoso coincide com os limites dos concelhos de Vimioso e Mogadouro, abrangendo as localidades de Algoso, Junqueira, Matela e Valcerto. Algoso, outrora importante centro administritativo, possui um notável património histórico, nomeadamente, o seu castelo. A seu respeito escrevia Francisco Manuel Alves, Abade de Baçal:

 "(...) O castelo de Algoso, que parece o ninho duma águia na pálida e brumosa visão dum sonho, ou uma habitação ideal, que fadas misteriosas, como por encanto, ergueram na eminência inacessível duma bronca penedia, à beira dum despenhadeiro de formidável altura (...)".